Nos últimos anos, analistas e líderes empresariais ao redor do mundo observaram com expectativa o avanço da China em direção a uma possível liderança econômica global. Muitos acreditavam que a supremacia dos Estados Unidos estaria em declínio. Porém, os últimos movimentos — tanto geopolíticos quanto tecnológicos — parecem apontar para uma realidade diferente: não apenas o dólar americano mantém seu protagonismo, como agora o expande para o universo digital por meio das stablecoins.
O que está acontecendo no mundo?
O cenário geoeconômico atual evidencia um redesenho das forças de poder. A desaceleração da economia chinesa, combinada com desafios internos (como o mercado imobiliário e o envelhecimento populacional), tem colocado em xeque a expectativa de ultrapassagem dos EUA como maior economia do mundo. Enquanto isso, os Estados Unidos fortalecem sua presença global através da exportação de tecnologia, do domínio financeiro e — cada vez mais — da digitalização do dólar por meio de stablecoins.
Stablecoins: mais que criptomoedas, um instrumento de geopolítica
Stablecoins são ativos digitais lastreados em moedas tradicionais — e, em sua esmagadora maioria, atreladas ao dólar. USDT (Tether) e USDC (Circle) movimentam bilhões de dólares diariamente, sendo utilizados em negociações internacionais, plataformas de blockchain, remessas e até em países com economias instáveis.
Essas moedas digitais, embora privadas, são construídas sobre a confiança no dólar. Na prática, isso amplia o alcance do sistema financeiro americano sem depender da atuação direta do governo — um movimento inteligente, silencioso e poderoso.
O dólar digital é mais do que inevitável — é estratégico
Com o avanço das stablecoins, e a iminência de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), o dólar encontra novas formas de se consolidar como o ativo mais seguro e desejado do mundo.
Enquanto outras economias discutem alternativas ao dólar — como moedas para comércio entre países do BRICS — a verdade é que a infraestrutura, a confiança institucional e o ecossistema americano seguem sendo os pilares centrais da economia global.
O que isso significa para empresários e tomadores de decisão?
Para quem atua no Brasil — ou em qualquer país emergente — compreender esse novo ciclo é vital. Não se trata apenas de acompanhar o câmbio, mas de entender como a digitalização do dólar impacta exportações, importações, precificação, investimentos e segurança patrimonial.
A Selo Nacional tem apoiado empresas nesse processo de leitura estratégica do cenário, identificando riscos e oportunidades em um mundo que muda cada vez mais rápido.
Conclusão:
O dólar, longe de estar em decadência, parece ter encontrado nas stablecoins e na digitalização financeira uma nova via de expansão. Empresas que ignorarem esse movimento estarão, em breve, competindo em um tabuleiro que não compreendem.