A crise no Brasil e o cenário externo
Nos últimos anos, o ambiente de negócios no Brasil tem sido marcado por instabilidade política, divergências comerciais com os EUA e episódios de insegurança jurídica — como o caso da Starlink, que teve recursos bloqueados em meio a tensões envolvendo o X (antigo Twitter). Isso reforça a percepção de risco para investimentos, especialmente para empresas que buscam longo prazo e previsibilidade.
O Paraguai como alternativa estratégica
1. Incentivos fiscais competitivos
Com a Lei Maquila, empresas instaladas no Paraguai pagam apenas 1% de impostos sobre todas as vendas destinadas à exportação, uma alíquota extremamente atrativa, sobretudo comparado ao Brasil.
2. Energia barata e confiável
A abundância de energia, principalmente originária da usina de Itaipu, oferece previsibilidade de fornecimento e custos significativamente inferiores, isso faz toda diferença para empresas que precisam deste recurso para usufruirem de toda capacidade instalada em suas plantas.
3. Logística facilitada
A proximidade física com o Brasil reduz custos de transporte e simplifica exportações, mas, além disso, o Paraguai está investindo pesadamente num corredor transoceânico que aprimorará ainda mais o escoamento do que é produzido no país.
4. Ambiente macroeconômico mais estável
Com inflação controlada e regras claras para investimentos, o Paraguai se destaca como um ambiente mais previsível. Paralelo a isso, tramita no legislativo federal um pacote de medidas visando consolidar ainda mais o ambiente macroeconômico do país.
5. Mão de obra jovem e em expansão
O país tem uma população economicamente ativa em crescimento, com potencial de capacitação alinhado às demandas do setor produtivo.
6. Alinhamento crescente com os EUA em segurança estratégica
Recentemente, em 14 de agosto de 2025, Paraguai e Estados Unidos assinaram um memorando de entendimento em Washington, envolvendo temas de migração irregular, segurança pública e cooperação antiterrorista.
O acordo contempla a criação de um centro antiterrorista com apoio do FBI, com agentes paraguaios treinados e base instalada no lado paraguaio da Tríplice Fronteira (com Brasil e Argentina). O objetivo é combater o terrorismo, grupos como o Hezbollah – já reconhecido pelo Paraguai como organização terrorista – e o crime organizado.
Segundo o ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, a base contará com cerca de 15 agentes treinados pelo FBI, com foco em inteligência, troca de dados e operações conjuntas com Brasil e Argentina.
Para o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o pacto representa um novo passo na “cooperação estratégica” entre os países, especialmente no combate à imigração irregular, terrorismo e ao crime transnacional.
Por que isso importa para empresas brasileiras?
- Maior segurança jurídica e institucional: um país alinhado com os EUA em segurança demonstra robustez institucional e previsibilidade.
- Ambiente favorável a investimentos externos: a cooperação internacional reforça a imagem de estabilidade técnica e de compromisso com o Estado de Direito.
- Controle da instabilidade na fronteira: a atuação legitimada e alinhada com grandes players (como o FBI) reduz volatilidades não econômicas, favorecendo operações empresariais.
- Potencial para realocação estratégica: empresas que analisam o Paraguai como plataforma de produção e exportação agora contam com mais elementos de confiabilidade.
